das palavras ao ser
perdemo-nos facilmente do corpo e de tudo o que somos, quando deixamos de ser palavras. há de perder-se no tempo cada momento que não soubermos dizer. digo noite e ela existe. não fosse nomeada ou, simplesmente, não soubesse eu fazê-lo e deixaria de existir.
existimos porque ouvimos alguém dizer-nos. o pai e a mãe, ou mesmo o irmão mais velho, inventaram-nos. inventaram-nos com palavras que nos contaram e, porque somos também ouvidos, inscrevemo-las lá dentro: as palavras.
fui o que quiseram que fosse (e a minha memória virou pedra). fui sonhado e dito. fui e sou palavras. e hei de ser o que de e sobre mim ouvirem e disserem.
2 Comments:
Depois das tuas palavras, fiquei sem . . .
talvez, por vezes, sejamos inenarráveis, indescritíveis por palavras... talvez apenas....
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