domingo, janeiro 27

Do processo

hoje pediram-me que voltasse a escrever, quase como se importasse aos outros a forma como vejo e sinto o mundo. como se fosse eu cada um dos seus sentidos ou as minhas palavras cada sensação que lhes fica presa em qualquer parte do corpo, perdida, e não conhece mundo. perguntam-me do processo: calo-me, engulo as palavras que vou ouvindo, as que posso, e armazeno-as em cada um dos órgãos que, vazios, as hão-de transbordar, com o tempo, para o meu sangue, líquidas. depois, percorrido o corpo, chegarão aos pulmões e expiradas, entre cordas, virarão sons de um monólogo que as minhas mãos hão-de transcrever. haverá sempre palavras que se perdem, decantadas; outras que, indigestas, o corpo desaproveitará em... 
                             @killjoy-doll

3 Comments:

At domingo, 27 janeiro, 2013, Anonymous Su said...

Hoje não fui eu....mas a quem conseguiu, um obrigada! Promete-me, que vais continuar a escrever!

 
At domingo, 27 janeiro, 2013, Blogger eduardo pires said...

Não vou prometer, mas vou esforçar-me por transcrever alguns textos manuscritos perdidos em cadernos...

 
At segunda-feira, 28 janeiro, 2013, Anonymous Anónimo said...

Lê para mim...
Pode ser baixinho...
Ficarei em silêncio...
Mas não me impeças de ficar arrepiado.

 

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