sexta-feira, janeiro 27

Uma antologia m(ag)istral

Encontrei-a, ocasionalmente, numa estante da Bertrand. Não hesitei em pegá-la para sentir as suas palavras a entrarem pelos meus olhos dentro para se cravarem no coração. É assim a sua poesia: bela, dolorosa e vísceral.
Ainda me lembro quando ouvi pela primeira vez o seu nome: ecoava na catedral de León e confundia-se com cada pedaço de luz que entrava por cada vitral a reflectir-se em cores lá dentro. Alguém me disse há séculos que era um Florbela Espanca, mas à moda chilena. No sofrimento, talvez. Mas cabe a cada um decidir se merece ou não ser só ela, sem comparações. Eu já decidi. Tu farás o mesmo.
Hoje dediquei a manhã à poesia de Gabriela Mistral, e deixo este pequeno retalho da sua poesia.


Libros, callados libros de las estanterías,
vivos en su silencio, ardientes en su calma;
libros, los que consuelan, terciopelos del alma,
y que siendo tan tristes nos hacen la alegría!
Tradução de Fernando Pinto do Amaral, na teorema:
Livros, ó mudos livros das estantes frias,
vivos no seu silêncio, ardentes na sua calma;
livros, os que consolam, veludos da alma,
e que sendo tão tristes nos dão alegrias!

1 Comments:

At segunda-feira, 19 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

Também tu me lembras o Chile do norte, mais propriamente de La Serena. Era um tempo de riso e de troca de olhares como se ainda estivesemos na juventude. Parece que tudo passou tão rápido. E o que ficou?
Ah! E recorda-me outra mulher que morreu a cantar. Gracias a la vida Violeta!
João

 

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